Acho que todos nós já paramos para nos perguntar o que estará na moda no mundo pós-pandemia. Se de fato o mundo nunca mais será o mesmo, se tivermos que conviver por muito tempo com esses novos hábitos. Se muitas pessoas esquecem rapidamente o que aconteceu e voltam para suas vidas como se nada tivesse acontecido, como se não houvesse necessidade de mudar nada, como se não fosse necessário repensar nossos hábitos.
No entanto, alguns fatos são reais: um deles é a escolha dos tecidos.
Temos que pensar coletivamente
Pensar que o trabalho de muitas pessoas depende de nossas ações, potencializando o consumo local, comprando de pessoas que conhecemos ou que conhecem quem fez o produto, tendo a certeza de que esses produtores não explorem o trabalho alheio e sejam transparentes em todos. etapas do processo de produção.
Os consumidores estão muito mais alertas e preocupados com as consequências de suas ações. Portanto, propor uma moda com um propósito será muito mais bem-vindo.
A vida profissional pode existir sem presença física no local de trabalho
De acordo com uma pesquisa da Adip (Associação Italiana de Gestores de Pessoal) na Itália, mesmo após o bloqueio, 2 entre 3 empresas continuaram e continuarão a trabalhar no smartworking.
Trabalhar em casa requer roupas confortáveis. O tempo que perdemos no percurso casa-trabalho permite-nos realizar outras atividades, como desporto e um estilo de vida mais saudável, aumentando assim o mercado de roupa desportiva .
O “manifesto de A a Z” da designer Stella McCartney nasceu de uma reflexão desenvolvida durante o período de isolamento social e focada na questão: o que deixaremos para o mundo? Os temas trazidos à tona foram, por exemplo, os da produção sustentável e do veganismo, já caros à marca.
O ambiente envia sinais de mudança
É fundamental repensarmos o nosso consumo de forma mais consciente. As roupas devem durar mais, parar de ser descartadas. Precisamos reduzir o fast fashion em favor do slow fashion e aumentar outras formas de consumo, como roupas em segunda mão.
Temos que deixar de comprar instintivamente ou com base nas influências do momento e começar a valorizar as compras concebidas num contexto global, por exemplo com atenção ao tema das matérias-primas e resíduos.
É hora de estimular a economia circular, de saber o que acontecerá com os resíduos que a indústria da moda produz.
A tecnologia fará cada vez mais parte do mundo em que vivemos
Se os consumidores não podem sair de casa, outros canais de vendas precisam ser encontrados. L ‘ online está cada vez mais presente na vida de todos, então por que não deveria ser igual no que diz respeito ao consumo de moda? A moda precisa potencializar a sinergia entre conforto, tecnologia e consumo simplificado.
Certamente, ainda é difícil prever com clareza o que acontecerá no mundo pós-pandemia. Além dos fatores mencionados acima, as principais prioridades continuarão sendo higiene, proteção pessoal e conforto por muito tempo. Tudo com um toque de alegria, para cuidar também do aspecto emocional.
Segundo Bruna Ortenga, do WGSN Brasil, portal global de tendências de consumo e design, “a sensação de proteção não deriva apenas de roupas que abraçam, que transmitem uma ideia de conforto. Há também outra ideia de proteção, com vestimentas que preparam as pessoas para situações adversas. Além de tecidos que protegem contra raios ultravioleta, poluição, vírus “.
Ou seja, preocupando-se com o conforto para si e para o planeta, consumidores e marcas pretendem investir em roupas leves, funcionais e atemporais.